terça-feira, 8 de setembro de 2009

Responder à busca de esperança, pede o Papa aos bispos do Brasil

VATICANO, 07 Set. 09 / 12:29 pm (ACI).- Ao receber esta manhã a um grupo de prelados da Conferência Nacional de Bispos Católicos do Brasil (CNBB), o Papa Bento XVI os alentou a responderem decididamente às "vidas desesperadas que estão em busca de esperança, como demonstra a difusa e às vezes confusa exigência de espiritualidade".

Em seu discurso, o Papa recordou primeiro sua visita ao Brasil em 2007 para inaugurar a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe no Santuário de Nossa Senhora de Aparecida, Padroeira do Brasil, onde experimentou "o carinho do povo brasileiro pelo Sucessor de Pedro".
Seguidamente o Papa exortou os prelados a não desanimarem-se ante os desafios que geram as grandes distancia que devem percorrer com freqüência para servir aos fiéis e a recordar que "anúncio do Evangelho e a adesão aos valores cristãos, como afirmei recentemente na Encíclica Caritas in Veritate «é um elemento útil e mesmo indispensável para a construção duma boa sociedade e dum verdadeiro desenvolvimento humano integral»".
Ao referir-se à escassez de sacerdotes no Brasil, Bento XVI assinalou que parte da solicitude pastoral de seu ministério é a "geração de novos pastores", porque "Embora seja Deus o único capaz de semear no coração humano a chamada para o serviço pastoral do seu povo, todos os membros da Igreja deveriam interrogar-se sobre a urgência íntima e o real empenho com que sentem e vivem esta causa.".
Bento XVI disse aos bispos que na sociedade atual, onde "Há tantos que parecem querer consumir a vida toda em um minuto, outros que vagueiam no tédio e na inércia, ou abandonam-se a violências de todo gênero. No fundo, não passam de vidas desesperadas à procura da esperança, como o demonstra uma difusa embora às vezes confusa exigência de espiritualidade, uma renovada busca de pontos de referência para retomar a estrada da vida.".

O Papa assinalou logo que nos decênios posteriores ao Concílio Vaticano II se " caiu-se na auto-secularização de muitas comunidades eclesiais. (...)Atualmente há uma nova geração já nascida neste ambiente eclesial secularizado que, em vez de registrar abertura e consensos, vê na sociedade o fosso das diferenças e contraposições ao Magistério da Igreja, sobretudo em campo ético, alargar-se cada vez mais. Neste deserto de Deus, a nova geração sente uma grande sede de transcendência".

Os jovens atuais, continuou o Papa, "encontrar formadores que sejam verdadeiros homens de Deus, sacerdotes totalmente dedicados à formação, que testemunhem o dom de si à Igreja, através do celibato e da vida austera, segundo o modelo do Cristo Bom Pastor. Assim esses jovens aprenderão a ser sensíveis ao encontro com o Senhor, na participação diária da Eucaristia, amando o silêncio e a oração, procurando, em primeiro lugar, a glória de Deus e a salvação das almas".
Finalmente o Papa pediu aos bispos que desenvolvam reflexões sobre o tema da formação dos seminaristas e dos presbíteros "na fidelidade às normas universais da Igreja", que foram objeto da assembléia plenária de abril.

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